Fashion Revolution em Lisboa

Sábado estive no Fashion Revolution aqui de Lisboa @fash_revportugal e essa parede me fez refletir e me chamou atenção. São relatos de pessoas como eu, que trabalham com moda e que de alguma forma foram prejudicadas, seja por falta de reconhecimento salarial, horas extras sem pagamento, direitos violados… São inúmeros e tristes relatos que fazem parte da realidade portuguesa de trabalho. E eu que achei que na Europa tudo era diferente…Nos talks que tiveram no evento pude perceber o quanto essa situação delicada é uma realidade em Portugal e em outros países da Europa.

A conta de um produto de moda barato não fecha, isso significa que ou alguém foi mal pago, ou até não foi pago. Ser sustentável vai muito além de usar uma fibra ecologicamente correta pensando no planeta, nossa preocupação também precisa estar focada nas pessoas, afinal são muitas mãos que fazem os produtos de moda, de pessoas para pessoas.
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O que fazer então? Meu propósito é continuar investindo em educação e conscientização é a única forma de mudar essa realidade. Conhecimento liberta!

Olhem que sério os relatos:

“Em 8 anos ive um unico aumento de 100€”

“Por causa da pressão do cliente, já aconteceu de as costureiras entrarem as 8h e ficarem até 00h.”

“Todos esses pólos de 94€ compramos a $5 em Bangladesh”

“Decidimos em grupo deixar de fazer horas extras como forma de protesto, sem que eles soubesse, que era combinado”.

“Olhas a produção a fazer render os minutos e sentes o desperdício, e ficas com a sensação que estão só a gerar lixo. Eu sinto-me a contribuir para essa máquina de lixo”.

“Para ser designer aqui não é preciso ser criativa porque 90% do trabalho é copiar e ter uma noção do processo têxtil”.

“Trabalho pelo menos 2h a mais por dia do que diz o contrato. Nunca me pagaram horas extras”.

E agora me conta, você já passou por alguma situação onde se sentiu desvalorizado? Onde, e como foi? Vamos juntos debater esse tema tão importante.