Reflexões sobre a profissão de costureira

Eu tenho falado sobre a importância de saber costurar não só agora em época de pandemia. Se você voltar algumas postagens atrás vai perceber que minha forma de falar sobre isso não se intensificou porque agora todos estão em casa à procura  de cursos online e de como fazer máscaras, toucas e aventais em casa. 
Essa profissão de costureira há muito tempo vem sendo desvalorizada e esmagada por empresas gigantescas que somente visam seus próprios lucros, não estão nem um pouco preocupadas com o bem estar dessas pessoas e muito menos quanto ao meio ambiente, a preocupação única é produzir e lucrar mais.
Porém, até que  ponto precisamos de mais uma peça de roupa? Porque não criamos novos hábitos de consumo? Se voltarmos no tempo, há menos de 100 anos nossas avós confeccionavam a maioria das roupas de toda a família, sem máquinas industriais, sem energia elétrica e sem nenhuma tecnologia. Claro que o objetivo dessa discussão não é retrocedermos e voltarmos a fazermos em casa nossas próprias roupas de forma arcaica, mas  porque não aprendermos um novo hobbie, contarmos com a tecnologia e a troca de conhecimento? Assim passaremos com certeza a valorizar cada vez mais esses profissionais que ficam 8h por dia sentadas em uma máquina de costura, costurando aquilo que vc veste uma ou duas vezes e depois já não quer mais, porque seu feed do instagram já está com muitas fotos daquele looks!

Vamos repensar nossos hábitos que desenvolvemos ao longo dos anos e nem percebemos!

Essa semana costurei com meus colegas do @senac 1000 máscaras de tecido para atendermos todo o SENAC de Santa Catarina. Foi uma produção em série no laboratório de costura da nossa unidade em Criciúma e contamos com uma equipe super engajada, motivada e preocupada com a situação atual que nosso país enfrenta. Ao chegar em casa nesses três dias de produção, mal consegui dormir de tamanha dor no corpo e cansaço causado pelo exercício repetitivo mesmo com
todos os cuidados com postura e boas condições de trabalho que o SENAC nos oferece. Fiquei refletindo como é difícil exercer essa profissão tão linda e necessária (considero de primeira necessidade) mas infelizmente tão desvalorizada. Quantas vezes já ouvi costureiras reclamando que seus clientes acham caro fazer uma bainha, um conserto ou ajuste pois falam “é tão rapidinho, é só sentar na máquina e fazer!”
Você já ouviu isso? Ou já falou isso pra alguém? Uma das coisas que tenho aprendido e me esforço para continuar é não precificar o trabalho do outro. Eu não sei quanto ele investiu pra saber fazer o que faz, não sei quanto tempo se dedicou pra alcançar experiência e não tenho esse direito. Se eu acho caro, agradeço e tchau, mas não posso desrespeitar o outro dizendo que é rapidinho de fazer. Me conta  o que você acha disso, e se já passou por situações assim.
E se quiser aprender modelagem, costura ou simplesmente entender como funciona esse universo da moda, fica ligado aqui e no nosso canal do youtube que é meu propósito de vida te ajudar nessa caminhada!
 
Dyeli Fernandes
29/08/2020

1 responses on "Reflexões sobre a profissão de costureira"

  1. Cléa Maria Corrêa29/08/2020 at 20:53Responder

    Bom eu como costureira à 32 anos,já ouvi muitas vezes essa frase ‘que caro? É tão rápido de fazer e cobra esse dinheirão”. Claro que é rápido, pra quem tem prática, mas não se conta o tempo que levei pra aprender e me tornar uma ótima costureira.
    Sei que muitos não dão o devido valor a essa profissão, minha mãe foi costureira e eu aprendi em uma empresa o AMOR pela costura, amo minha profissão e se alguém quer meus serviços tem que pagar sim,eu me valorizo. E se a “pessoa “acha caro é só sentar numa máquina e costurar.kk como se fosse tudo muito fácil.
    Te admiro muito Dyeli Fernandes pela sua dedicação e profissional que você se tornou, parabéns sucesso.

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Sobre a Professora

Dyeli Fernandes adora inventar moda! É estilista, modelista e especialista em educação. Atua na área de moda há mais de 20 anos e tem como propósito de vida formar profissionais modelistas para o mercado de trabalho.

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